terça-feira, 29 de agosto de 2017

Diabéticos podem comer frutas?


Descubra o que é índice glicêmico e saiba quais frutas tendem a aumentar mais rapidamente os níveis de glicose no sangue.
A escolha dos alimentos é fundamental. A dieta de baixo índice glicêmico auxilia na perda de peso e controle do Diabetes e dos níveis de colesterol. Neste artigo, vou explicar de onde surgiu o índice glicêmico e mostrar quais são os alimentos mais indicados para Diabéticos.

Uma pergunta muito comum, especialmente nos pacientes com Diabetes é:

Posso comer frutas? Vão aumentar muito a minha taxa de glicose no sangue?

Para responder esta pergunta, primeiro preciso explicar o que é Índice Glicêmico.

Os alimentos que ingerimos diariamente se transformam em glicose (açúcar no sangue) após serem absorvidos no intestino. Alguns são metabolizados mais rapidamente e acabam provocando a elevação nos níveis de açúcar. Por vezes, este aumento abrupto não é acompanhado pela secreção da insulina (o hormônio responsável por baixar os níveis de glicose) e provoca o descontrole nas taxas de açúcar em Diabéticos.

O Índice Glicêmico é a velocidade com que os alimentos aumentam as taxas de glicose no sangue (quando comparados com a ingestão da própria glicose pura!)

Quanto maior o índice glicêmico,mais rapidamente as taxas de glicose sobem


O campeão do índice glicêmico é o PÃO BRANCO. Em alguns estudos científicos ele é utilizado como índice glicêmico de referência no lugar da glicose pura!


Classificação do Índice Glicêmico (quanto mais alto, pior)
BAIXO: menor que 55
MÉDIO: de 56 a 69
ALTO: maior que 70
Veja uma tabela com os principais alimentos (O índice glicêmico varia de acordo como o alimento é estudado. Você pode encontrar resultados diferentes em outros estudos):
Pão Branco75
Pão Integral53
Arroz Branco73
Arroz Integral  68
Espaguete Trigo            49
Iogurte diet14
Ervilha35
Macarrão38
Mandioca46
Feijão48
Iogurte Adoçado50
Sorvete61
Beterraba64

E os sucos? Vale lembrar que proporcionalmente conseguimos consumir uma quantidade muito maior de sucos do que a fruta in natura.

Suco de Laranja50
Suco de Maçã41
Respondendo a pergunta...

Diabéticos podem comer frutas? Sim! Desde que com moderação, é claro. O segredo é reduzir os carboidratos de fácil absorção (bolos, pães, bolachas) e aumentar a quantidade de fibras (legumes, verduras, frutas de baixo índice glicêmico).

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Suplementos para baixar o Colesterol: fatos vs. mitos



Descubra quais alimentos e suplementos são realmente eficazes para controlar os níveis de gorduras no sangue.

Os níveis elevados de gorduras no sangue estão associados às principais doenças cardiovasculares como Infarto Cardíaco e AVC. Neste artigo descubra quais os alimentos e suplementos são realmente eficazes em ajudar a baixar os níveis de colesterol e triglicerídeos.



Óleo de Peixe e Omega 3: 

Foi constatado que populações que possuem uma dieta rica nestas substâncias apresentam menores taxas de doenças cardiovasculares. O omega 3 é rico em gorduras poli-insaturadas e está presente em peixes gordurosos como Salmão, nas oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) e em óleos de canola e linhaça.

O ômega-3 também pode ser encontrado à venda em farmácias na forma de cápsulas.  Doses altas (>6g por dia) podem reduzir os níveis de triglicerídeos. Um estudo com dose de 15g conseguiu reduzir os triglicerídeos em 50%. No entanto, como terapia, o ômega-3 e óleos de peixe não são tão eficazes e muito mais caros que os medicamentos. Devem ser utilizados de forma complementar.

Soja e Isoflavonas:

O Tofu e “carne” de soja são uma boa fonte de proteínas, pobres em gorduras saturadas, ricas em insaturadas (gordura boa), por este motivo, substituir parte da ingestão de carne vermelha por estes produtos pode ajudar a baixar os níveis de colesterol e o risco cardiovascular.

Atenção: o uso da isoflavona para prevenção de doenças cardiovasculares não está recomendado pela Sociedade Americana de Cardiologia, pois há um possível aumento de risco de câncer de mama e o seu benefício ainda não foi comprovado adequadamente.


Óleo de Coco:

Este óleo está na moda, sendo utilizado até para perda de peso. No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, não deve ser utilizado para este fim.

O óleo de coco industrializado pode conter altos teores de gorduras saturadas(como ácido láurico). Seu benefício não foi adequadamente comprovado e podem ser deletérios. Em seu recente parecer, a sociedade não recomenda seu uso até mesmo para preparo de alimentos.



Alho:

O alho apresentou um certo benefício no risco cardiovascular em estudos com poucos pacientes. Entretanto, esse benefício não foi comprovado quando mais pacientes foram estudados. Foram utilizadas diversas formas de alho e não houve benefício. Seu uso não está recomendado como suplemento, mas pode ser utilizado na dieta normal sem problemas.alho






Polifenóis (Azeite de Oliva):

Os polifenóis estão presentes no café, chocolate, azeite de oliva e vinho tinto e parecem ter efeitos antioxidantes, moduladores da imunidade e vasodilatadores, o que pode contribuir para redução do risco cardiovascular. 

O resveratrol presente no vinho tinto parece ter efeitos em diminuir a inflamação nas artérias entre outros. No entanto, este benefício precisa ainda não foi devidamente comprovado na população em geral. Talvez a quantidade necessária seja muito alta para ser obtida no vinho tinto.azeite


Nozes e afins:

Nozes são ricas em gorduras poli-insaturadas (gorduras boas) e tem efeito na redução dos lipídios.

Um grande estudo realizado na Europa, chamado PREDIMED, comparou uma dieta normal com a dieta mediterrânea suplementada com uma porção diária de 30 gramas de oleaginosas  (15g de nozes, 7,5g de avelãs, 7,5g de amêndoas) OU óleo de oliva extravirgem. O grupo das nozes teve a maior redução nos níveis de colesterol seguido do grupo do azeite de oliva, apesar do aumento de calorias provocado pelas “gorduras boas”. Além disso, houve redução de problemas cardiovasculares, principalmente acidente vascular cerebral (AVC).

Fibras: 

Uma dieta rica em alimentos integrais, principalmente em fibras solúveis como psyllium, aveia e pectina, parece reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL). 










Além disso:

- Mantenha uma dieta pobre em carboidratos e gorduras hidrogenadas
- Pratique exercícios regularmente.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Os 5 Sintomas que podem indicar Diabetes!


Você está acordando a noite para urinar? Muita Sede? Pode ser Diabetes!

A Diabetes é uma doença silenciosa, mas quando os níveis de açúcar sobem muito, alguns sintomas podem surgir! Fique atento aos  sinais que podem indicar níveis altos de açúcar no sangue.

Você sabe a origem do termo Diabetes Mellitus??

Diabetes vem do Grego (passar através de um sifão), justificando a característica principal da doença: a urina abundante.

Mellitus vem do latim e significa mel.

Diabetes Mellitus significa, portanto, urina abundante, doce como o mel. Vamos descobrir porque agora:

1- Dificuldade de segurar a urina:

Os níveis elevados de açúcar no sangue provocam uma liberação de açúcar na urina, ultrapassando a capacidade dos rins em manter dentro do corpo. Por isso que a urina é doce!


2- Necessidade de Urinar a noite: 

Em pessoas normais, o rim é capaz de manter a urina concentrada durante o sono. Um dos sintomas iniciais do Diabetes é a perda desta capacidade de concentrar a urina. Pessoas com Diabetes mal controlado podem acordar diversas vezes a noite para urinar.

3- Sede e Fome Excessivas:

Como o organismo está constantemente perdendo energia e água através da urina, isso provoca uma sensação de boca seca, sede e fome durante quase todo o dia.

4- Perda de Peso (sim, perda de peso!)

Na pessoa com Diabetes, apesar dos níveis de açúcar estarem muito altos, esta carga de energia não é adequadamente aproveitada. Isto ocorre porque há uma deficiência na ação da insulina, o hormônio que regula a utilização da glicose.

Este é um dos sintomas mais tardios, mas mais graves e exige uma intervenção imediata.

5- Visão Borrada:

Os níveis elevados de açúcar provocam alterações na quantidade de líquidos nas diferentes células do corpo. Isto não é diferente no cristalino (lente do olho) e na papila ocular (fundo do olho). Alterações bruscas dos níveis de glicose podem borrar a visão temporariamente.
visao

Outros sintomas:

São outros sintomas menos comuns do Diabetes:

Tonturas
Formigamentos, principalmente nas pernas e pés
Impotência Sexual
Dores no copo, cansaço crônico

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Perguntas e Respostas sobre o Hipotireoidismo


Tudo que você precisa saber sobre a falta do hormônio da Tireoide

O hipotireoidismo é uma doença muito frequente e de simples tratamento. Sabemos que o hormônio da tireoide é responsável por regular muitas das funções do nosso organismo, mas os sintomas da deficiência no hormônio da tireoide podem ser confundidos com os de diversas outras doenças. 
Nesta semana recebi uma solicitação para responder um questionário de uma aluna do ensino médio e achei as dúvidas muito pertinentes. Vamos aprender um pouco mais sobre o hipotireoidismo?

Como é definido o hipotireoidismo?
Hipotireoidismo significa a deficiência na produção ou liberação do hormônio da tireoide (Tiroxina ou T4 e T3).
O diagnóstico é feito através das dosagens dos hormônios TSH (geralmente está em níveis elevados) e T4 livre (em níveis baixos).

É possível se prevenir deste problema de saúde?
Manter uma dieta balanceda, rica em frutas, vegetais e alimentos que contenham a quantidade necessária de iodo é importante. No Brasil, o sal de cozinha recebe a suplementação de iodo o que nos protege contra a sua deficiência. Não é necessário realizar suplementação com lugol (iodo) ou outras substâncias.

Quais são as causas do hipotireoidismo?
  • A principal causa de hipotireoidismo primário (doença da tireoide) é uma doença auto-imune chamada Tireoidite de Hashimoto. O dano à tireoide é causado por uma inflamação crônica e indolor que reduz sua capacidade de produzir hormônios.
  • Outras causas de hipotireoidismo incluem o uso de medicamentos como a Amiodarona (para arritmia cardíaca) e o Carbonato de Lítio (para depressão e humor bipolar), além da falta de iodo na dieta (comum em regiões mais pobres da África).
  • O hipotireoidismo secundário ocorre quando há alguma doença que acometa a hipófise (glândula localizada no cérebro que produz o hormônio estimulante da tireoide – TSH). É muito menos frequente (menos de 5% dos casos).
  • O uso de lugol (suplemento rico em iodo) sem recomendação médica também pode provocar o hipotireoidismo por um fenômeno conhecido como Wolff–Chaikoffonde a produção de hormônios é bloqueada pelo excesso de iodo no organismo.


Quais são os sintomas mais comuns do hipotireoidismo?
  • Os sintomas mais comuns são:
  • Cansaço crônico
  • Queda de cabelos
  • Fragilidade das unhas
  • Alterações no hábito intestinal (constipação)
  • Pele seca e fria
  • Sentir mais frio que as outras pessoas
  • Irregularidade dos sangramentos menstruais
  • Ganho de peso progressivo sem aumento na ingesta calórica
  • Quais são os tratamentos para esta doença?
  • O tratamento para o hipotireoidismo é realizado através da reposição do hormônio da tireoide (levo)tiroxina ou T4. O uso é simples, 1 vez ao dia, em jejum.
  • O uso do hormônio T3 não é recomendado pois sua liberação não é tão eficaz e estável como a da tiroxina (T4).
  • O ajuste da medicação e avaliação dos exames laboratoriais deve ser realizado frequentemente no início do tratamento e pelo menos uma vez ao ano após acerto da dose.


O hipotireoidismo é hereditário?
Não há uma causa genética específica que provoque o hipotireoidismo. No entanto, parentes próximos de pessoas com hipotireoidismo possuem uma chance maior de desenvolverem a doença.
O hipotireoidismo pode ser confundido com ansiedade e depressão?
Sim, os sintomas são semelhantes. A avaliação da tireoide faz parte dos exames iniciais solicitados pelos psiquiatras ao avaliarem um paciente com suspeita de depressão.

A alimentação pode ajudar no controle do hipotireoidismo?
Manter uma dieta balanceda, rica em frutas, vegetais e alimentos que contenham a quantidade necessária de iodo é importante. No Brasil, o sal de cozinha recebe a suplementação de iodo o que nos protege contra a sua deficiência. Não é necessário realizar suplementação com lugol (iodo) ou outras substâncias.

O hipotireoidismo pode ser congênito?
Sim, o hipotireoidismo pode surgir no feto durante a gestação e causar alterações importantes no crescimento e desenvolvimento cognitivo da criança. Devido a isto, o exame para detecção do hipotireoidismo faz parte do “teste do pezinho”que deve ser realizado nos primeiros dias de vida.
Como saber se é necessário fazer algum exame para a tireóide?
Caso a pessoa desenvolva alguns dos sintomas descritos acima, deve procurar um médico para uma avaliação mais apropriada.

O que é o hipotireoidismo subclínico?
O hipotireoidismo sub-clínico é uma fase em que os hormônios ainda estão “equilibrados” e geralmente não causam sintomas importantes. O diagnóstico é feito quando as taxas do TSH (hormônio estimulante da tireoide) estão elevadas e as do T4 livre (hormônio da tireoide) ainda estão normais. A evolução para o hipotireoidismo doença manifesta é variável (em torno de 3-10% ao ano). O tratamento pode ser indicado ainda nesta fase da doença de acordo com a avaliação médica.

É mais comum em homens ou mulheres?
O hipotireoidismo é 9 vezes mais comum em mulheres, especialmente na faixa dos 30 aos 60 anos de idade.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Check-up em Diabéticos: quais são as avaliações necessárias?


Saiba quais são os exames e consultas com especialistas mais importantes para monitorar e tratar precocemente as principais complicações da doença.

O Diabetes é uma doença silenciosa, confiar somente nos sintomas pode ser um grande engano. A realização de consultas e exames periódicos é muito importante para  prevenir as complicações da doença. 

Avaliação do controle das taxas de açúcar no sangue

O paciente com Diabetes deve consultar com médico (seja endocrinologista ou clínico) pelo menos a cada 3-6 meses para avaliação dos exames de controle dos níveis de açúcar como a hemoglobina glicada e da glicemia em jejum.

Avaliação dos Rins

O Diabetes é uma das principais causas da insuficiência dos rins. Juntamente com a pressão alta, é a grande responsável por lotar as clínicas de hemodiálise e levar ao transplante renal. A doença é silenciosa, mas geralmente começa pela perda de proteínas na urina.

O exame para avaliação inicial da urina chama-se microalbuminúria e deve ser realizado anualmente. É recomendado também monitorizar a função do rim.

Controlar os níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial é fundamental para prevenir a lesão dos rins. Algumas medicações utilizadas para controlar a pressão (enalapril, captopril e losartana, entre outros) podem ajudar a postergar os efeitos do Diabetes nos rins.

Avaliação dos Olhos

Diabetes é a principal causa de perda de visão em adultos. A lesão ocorre na retina, a camada mais profunda do olho. A dificuldade gradual de enxergar não é típica  desta doença. Geralmente a  perda de visão ocorre repentinamente  pelo  descolamento de retina.

Por isso, todo Diabético deve consultar com oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para realizar a fundoscopia (“exame de fundo de olho”). Em casos mais graves, o tratamento com laser (fotocoagulação) pode diminuir a chance de ocorrer o descolamento da retina.  A catarata também é mais frequente em Diabéticos e esta pode causar dificuldade gradual para enxergar.

Avaliação Cardiovascular

Doenças cardíacas como angina do peito, infarto cardíaco, AVC (derrame cerebral), são mais frequentes em Diabéticos, especialmente se os níveis glicêmicos estão muito alterados.

Pessoas com sintomas de dor no peito, cansaço aos esforços e fumantes de longa data, devem realizar avaliação anualmente através da consulta médica  que pode ser complementada com a realização de exames como o eletrocardiograma de esforço (“esteira”) e cintilografia do miocárdio quando indicados.

Pessoas com Diabetes são consideradas de alto risco cardiovascular. Por isso,  controle agressivo dos níveis de colesterol é fundamental para evitar doenças cardiovasculares. Níveis de colesterol devem ser checados uma vez ao ano e recomenda-se manter os níveis de LDL (o colesterol ruim) abaixo de 100 mg/dL ou até mesmo 70 mg/dL em alguns casos.  A estatinas (sinvastatina, rosuvastatina, atorvastatina) têm papel fundamental neste controle. Parar de fumar é imprescindível.

Avaliação das lesões nervosas

O Diabetes pode acometer os nervos que controlam a sensação de dor e localização, principalmente dos membros inferiores (pernas e pés). Sintomas como formigamentos, dor ao menor contato (principalmente a noite) são sintomas da neuropatia diabética. Recomenda-se a avaliação dos pés em todas as consultas e o exame físico neurológico mais detalhado (teste do monofilamento) uma vez ao ano.

Pessoas com Diabetes há muitos anos ou com estes sintomas, devem evitar andar descalços e devem vestir calçados confortáveis (tênis de corrida ou desenhados para Diabéticos) para prevenir lesões nos pés. Manter a pele hidratada e secar bem os pés podem impedir infecções de pele.

A pessoa com neuropatia diabética pode se machucar sem perceber e isto levar a uma lesão séria, difícil de cicatrizar e que pode levar a amputação.

Prevenção de doenças infecciosas (vacinas)

Pessoas com Diabetes podem desenvolver complicações mais severas das doenças infecciosas. Por isso, vacinas contra gripe (influenza) devem ser realizadas anualmente.

A vacina contra Pneumococo (causa pneumonia e meningite),a partir dos 65 anos, e a  contra Hepatite B (3 doses), dos 19 aos 59 anos, também são recomendadas.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

É realmente necessário tomar o hormônio da Tireoide pela manhã?


Descubra dicas que podem facilitar sua vida e manter os níveis hormonais estáveis
O tratamento do hipotireoidismo (falta de hormônio da tireoide) com a reposição de levotiroxina ou T4 (Puran T4) é simples, mas requer alguns cuidados para manter nos níveis hormonais estáveis, sem troca de dose a cada consulta.

Neste artigo eu respondo algumas das perguntas mais frequentes do consultório:

Qual a dose usual da levotiroxina?duvida

Há uma grande variabilidade individual e também entre as doenças que necessitam da reposição, mas a dose média é de 1,5-2,0 mcg/kg/dia (peso ideal). Acima destes níveis, deve-se considerar alguma dificuldade de absorção ou uso incorreto ou irregular da medicação.

É necessário tomar a levotiroxina em jejum?

Sim, a absorção do hormônio da tireoide é muito influenciada pela presença de alimentos no estômago.  Recomenda-se ingerir a medicação pelo menos duas horas após a última refeição e aguardar uma hora (meia hora também é aceitável) para se alimentar novamente.

Qual o melhor horário para tomar a levotiroxina?

O horário em que a absorção é máxima é cerca de uma hora antes do café da manhã.  Aguardar apenas 30 minutos para o café da manhã é aceitável. Outra opção é tomar a medicação antes de deitar (2 horas após a última refeição).

E se houver esquecimento de um comprimido?

A medicação pode ser ingerida 2 horas após alguma refeição, desde que aguarde 1 hora para se alimentar novamente.  Caso haja esquecimento durante todo o dia, há possibilidade de tomar dois comprimidos no dia seguinte (desde que isso não vire “rotina”).

Quais condições ou medicações podem interferir com a absorção?

A lista de ainterações medicamentosas é muito extensa. Algumas das mais comuns são:

Medicamentos para refluxo e azia (omeprazol e similares, cálcio, alumínio e magnésio)
Multi-vitamínicos e medicamentos para anemia, especialmente os que contém ferro
Café preto (especialmente expresso)

Algumas doenças como gastrite por H.Pylori, gastrite atrófica, doença celíaca (intolerância ao glúten)
O recomendado é tomar a levotiroxina sozinha.                

Há alguma diferença entre as diversas marcas e o genérico?

Não há uma recomendação de usar apenas o medicamento referência. Todas medicações, incluindo o genérico, parecem ser eficazes. A recomendação é não ficar alternando entre as diversas marcas. Quando for necessário trocar de marca, recomenda-se realizar a dosagem dos hormonios após 45 dias.

Posso partir o comprimido ao meio?

Não é recomendado partir ou macerar o comprimido, pois ele possui revestimento próprio para "suportar" a acidez do estômago. Procure guardar a medicação dentro da sua embalagem laminada, longe do calor ou umidade.

Esquecer um comprimido pode comprometer o resultado dos exames?

 A levotiroxina possui uma meia-vida de cerca de uma semana. Isto significa que alterações na dose ao longo da semana podem interferir no resultado dos exames por 1 a 2 meses. Esquecer sempre um comprimido por semana, reduz a dose total da semana em cerca de 15%.

Após quantos dias as alterações na dosagem da levotiroxina vão surtir efeito?

Recomenda-se dosar os hormônios para monitorar o tratamento após 6 a 8 semanas do ajuste de dose.

Fonte:
1- Associação Americana de Tireoide (ATA): Guideline de Tratamento do Hipotireoidismo, 2014

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Dez Coisas que Você Precisa Saber sobre o Colesterol


Embora muitas pessoas achem o colesterol uma substância maléfica, ele é primordial para o funcionamento do corpo humano. Para isso, no entanto, seus níveis devem estar sempre controlados.

Confira, abaixo, 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Colesterol:

1. O colesterol é um tipo de gordura (lipídio) encontrado naturalmente em nosso organismo. Ele é fundamental para o funcionamento normal do organismo, sendo o componente estrutural das membranas celulares em todo nosso corpo. Ele está presente no cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração.

2. O corpo humano utiliza o colesterol para produzir vários hormônios, vitamina D e ácidos biliares que ajudam na digestão das gorduras. Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo nosso próprio organismo, no fígado, enquanto que os outros 30% vêm da dieta.

3. Existem dois tipos de colesterol. O HDL é chamado de “colesterol bom” pois forma uma classe de lipoproteínas que ajuda a carregar o colesterol do ateroma dentro da artérias, e transportá-lo de volta ao fígado para ser excretado. Já o LDL, chamado de “colesterol ruim”, transporta o colesterol de células que mais produzem do que usam, para as células que mais necessitam. É considerado ruim pela relação que existente do alto índice de LDL com doenças cardíacas.

4. Quando em excesso (hipercolesterolemia), o colesterol pode se depositar nas paredes das artérias, que são os vasos que levam sangue para os órgãos e tecidos, determinando um processo conhecido com arteriosclerose. Se esse depósito ocorre nas artérias coronárias, pode ocorrer angina (dor no peito) e infarto do miocárdio. Se ocorre nas artérias cerebrais, pode provocar acidente vascular cerebral (derrame).

5. Manter uma vida saudável, praticando exercícios físicos e evitando comer alimentos gordurosos ajuda a evitar o alto colesterol. Parar de fumar também é uma atitude que ajuda a neste controle.

6. Gema de ovo, bacon ou toucinho, carne de frango com pele, torresmo, manteiga, creme de leite e nata, frituras, salsicha, salame e linguiça e carnes de animais são os principais alimentos que contém uma significativa quantidade de colesterol.

7. O aumento no nível de colesterol no sangue não costuma ter sintomas. Em casos excepcionais, aparecem os chamados xantomas, que são sinais decorrentes do acúmulo do colesterol na pele. Quando o aumento do colesterol atinge níveis muito altos, pode haver um aumento no fígado, no baço e sintomas de pancreatite.

8. As taxas de colesterol apontadas em exames se referem à soma do bom colesterol (HDL) com o mau colesterol (LDL). Essa taxa é considerada boa quando está abaixo de 200, suspeita quando está entre 201 e 239 e elevada quando está acima de 240;

9. Há três causas para a alteração do colesterol. A primeira é o fator genético, quando o indivíduo possui genes que determinam essa alteração. A segunda é a alimentação. Quem ingere alimentos gordurosos, com alto índice de colesterol, têm mais chances de sofrer com taxas altas. A última possível causa são doenças, como hipotireoidismo, diabetes e doenças nos rins.

10. Para fazer uma dieta visando o controle do colesterol, prefira leite e iogurte desnatados, queijo branco fresco, ricota, "cottage", queijos "light”, peixes, aves sem pele, carnes magras, inhame, macarrão, pães, bolachas de água e de água e sal, evitando sempre gordura em excesso. O tratamento das alterações do colesterol deve ser mantido por toda a vida. Tanto os cuidados com a alimentação e exercícios, como o uso de medicamentos, deverão ser empregados por tempo indeterminado.

FONTE:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM. Disponível em:
https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-o-colesterol/

terça-feira, 1 de agosto de 2017

10 Coisas Que Você Precisa Saber Sobre Diabetes e Viagem


Ao viajar, sendo diabético, é necessário que se tome alguns cuidados específicos. A SBEM preparou aqui uma lista com dicas do que se deve fazer e como se programar para viajar tendo diabetes.

1) Fazer um teste de Glicemia (ponta de dedo) antes de sair de casa para saber como está seu nível de glicose no sangue.

2) Leve sempre seu glicosimetro com tiras reagentes, lancetas, lancetador, sachês de álcool e pilhas extras. Estime o que for usar de medicamento e insumos, em toda a viagem, e leve no mínimo em quantidade suficiente para dois dias a mais do que o tempo total previsto, em sua bagagem de mão.

3) Se estiver de carro, pare a cada três ou quatro horas para fazer o teste de glicemia ou quando suspeitar de hipoglicemia. Aproveite para esticar as pernas e caminhar um pouco.

4) Mantenha um suprimento de lanches, caso haja um atraso inesperado nas refeições. Se estiver de carro ou ônibus, por exemplo, problemas no veículo ou engarrafamentos podem acontecer. Leve, então, suco de caixinha, bolachas, barra de cereal e ou sachês de glicose no porta luvas ou na mochila.

5) Se você estiver dirigindo e identificar sintomas de hipoglicemia, saia da estrada e espere até que os níveis de açúcar no sangue voltem ao normal e os sintomas parem.

Quando a viagem for de avião, e ainda mais para o exterior, existem cuidados mais específicos:

6) Converse com o seu médico para que possa adequar o tempo de viagem, o fuso horário e as peculiaridades da região para onde vai com as suas doses e necessidades de insulina. Leve com você um relatório de seu médico (em português e inglês) explicando que você tem diabetes e que estará com medicamentos e insumos (como insulina, lancetas, seringas, canetas de aplicação de insulina) em seu poder para controle do diabetes. Peça ao seu médico para destacar o CID (Código internacional de Doenças) em sua declaração e mantenha-a com seus documentos como o Passaporte ou identidade.

7) Tenha receita para os seus medicamentos e insumos (também em português e inglês). Insulina, seringas, fita reagente, em sua bagagem de mão.

8) Tenha cópias duplicadas da receita e do relatório médico. O relatório médico e a receita são tão importantes quanto seu Passaporte, RG, CPF. Mantenha uma lista de medicações que você esteja carregando juntamente com esses documentos para agilizar a passagem pelas alfândegas.

9) Se durante o voo necessitar medir sua glicemia explique rapidamente a quem estiver ao seu lado o que fará.

10) Tente evitar ficar sentado por longos períodos. Se possível, tome um assento no corredor para esticar as pernas, e quando possível andar pelo corredor.
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