terça-feira, 27 de setembro de 2016

Criança nascida pequena para idade gestacional


Independente da definição, o problema é frequente, com a prevalência variando entre 9 a 15% nos países em desenvolvimento incluindo o Brasil. No nosso país a frequência é maior nos estados do sul e do sudeste, sendo possível que este aumento esteja associado a um aumento do índice de partos cesareanos.

Após comentar sobre as causas de nascimento PIG (condições patológicas da mãe como Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, tabagismo, uso de drogas ilícitas, doenças placentárias), a Profa. Margaret discutiu o que ocorre durante o crescimento fetal, o pós natal e as repercussões na fase adulta.

Durante o crescimento fetal o principal fator de crescimento é a insulina. No feto que está se desenvolvendo com restrições nutricionais a glicose é direcionada para orgãos vitais e “desviada” de tecidos não vitais, com consequente restrição ao crescimento. Essa criança tipicamente nasce com restrição assimétrica, ou seja, o sistema nervoso é preservado mas ocorre grande prejuízo ao desenvolvimento do tecido subcutâneo e muscular, com consequências para a fase adulta.

Após o nascimento, o prejuízo do crescimento é recuperado na maioria das crianças até os dois anos de idade. No entanto, em cerca de 10% das crianças não ocorre essa recuperação, com maior risco entre as crianças nascidas prematuras, aquelas com síndromes genéticas (p. ex., Silver Russell), aquelas com retardo de crescimento intra-uterino mais grave, com comprimento menor que dois desvios-padrão, ou com baixa estatura familiar. A altura se recupera mais precocemente, muitas vezes já aos 5 meses de idade, com o peso demorando um pouco mais. Um estudo do grupo da Profa. Margaret mostrou que essas crianças preservam a secreção hormonal de GH no basal e ao estímulo, sendo que algumas apresentam menor supressibilidade dos níveis de GH durante as 24h, e com os níveis de IGF-1 um pouco mais baixos que os indivíduos normais porém em sua maioria dentro dos valores de referência.

Em relação às indicações do uso de GH para ganho de altura final, após os 2 anos podem ser beneficiados com o uso de GH recombinante crianças com altura menor que -2,5 desvios-padrão, ou menor que -2,0 desvios-padrão aos 4 anos de idade, ou velocidade de crescimento abaixo do percentil 25, afastando-se doenças crônicas. O FDA americano usa critérios semelhantes aos brasileiros, sendo que a Europa é mais conservadora em relação ao uso de GH, indicando GH apenas entre crianças com mais de 4 anos de idade. Essa indicação mais tardia na Europa se baseia no achado de normalização da altura entre os 2 e 4 anos em um subgrupo de crianças nascidas PIG.

O GH é um hormônio contrarregulador, e seu uso nesses pacientes poderia em tese levar a piora da resistência insulínica e perfil metabólico por si só. Porém, já foi demonstrado que em adultos que usaram GH durante a infância para esta indicação o HDL e a Pressão Arterial é mais favorável do que nos indivíduos que não usaram GH (melhor HDL e Pressão Arterial), com homeostase da glicose semelhante.

Por último a Profa. Margaret discutiu as repercussões do nascimento PIG para a obesidade e síndrome metabólica na fase adulta. Um estudo indiano mostrou que quanto menor o peso ao nascimento e maior o peso aos 8 anos de idade pior os índices de resistência insulínica. Dessa forma, nessas crianças a preocupação em evitar o ganho de peso acelerado deve ser ainda maior, sendo estimulado o aporte nutricional adequado para a recuperação do crescimento porém evitando a hiperalimentação, incluindo o estímulo ao leite materno. Um estudo de Barker e Osmond de 1986 mostrou maior mortalidade por infarto em regiões com maior mortalidade infantil, sugerindo que uma situação nutricional desfavorável nos primeiros anos com ganho de peso na fase adulta eleva o risco de síndrome metabólica e consequente o de doença cardiovascular.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

5 dicas para você amar a segunda-feira


Toda segunda-feira é um drama. E não sabemos o verdadeiro motivo para isso: é por que o final de semana terminou ou é o próximo que está muito longe? Já no domingo a noite começa o sofrimento de ter que começar a rotina. Quem nunca sofreu só de ouvir a vinheta do Fantástico?

Faça diferente e espante a preguiça! Toda segunda-feira deve ser o dia da semana da empolgação para que você renda mais ao longo da semana. Você está vivendo a vida que escolheu para você? Então aproveite e curta! Fazer isso é muito mais simples do que se imagina.

1) Programe-se: Aproveite o começo da semana e faça a programação dos seus próximos dias. Saiba tudo o que tem que fazer, encaixe entre os dias da semana e se organize. Assim não tem stress e já estabelece quais são suas atividades.

2) Liste: Faça uma lista semanal e diária para não perder nenhum compromisso. Marque todas as atividades que completar e parta para a próxima. Essa é uma boa estratégia para não esquecer e manter a concentração na programação do dia.

3) Presenteie: Para que a sua semana seja mais leve, dê presentinhos para si mesma. Mas para recebê-los precisa de motivos. Então estabeleça metas para os dias úteis e, assim que conseguir fazer algo que quer muito, ganhe alguma coisa – nem que seja um bombom ou uma noite da semana para você curtir sua preguiça e seu programa preferido na TV.

4) Relaxe: Por mais que sua rotina seja cheia de compromissos, se permita descansar. Entre uma atividade e outra, desligue do celular e tome um ar. Seu corpo e sua saúde mental relaxam e você só tem a ganhar fazendo isso.

5) Diferencie: A rotina acaba nos pegando de jeito e nós esquecemos do mundo. Tente toda semana fazer ao menos um programa relaxante e diferente. Vá à um parque que não conhece, tome café num lugar charmoso…

Você tem dicas para tornar a segunda-feira mais gostosa? Conte pra gente!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

‘Dia D’ da Campanha Nacional da Multivacinação acontece neste sábado (24)


Neste sábado (24)  será realizado o Dia D da Multicampanha de vacinação que começou na última segunda-feira. 

O objetivo é mobilizar os pais ou responsáveis a levarem as crianças e os adolescentes para atualizar a Carteira de Vacinação. 

O público alvo da campanha são crianças menores de cinco anos e as crianças e os adolescente entre 9 e 15 anos incompletos.

Aqui no Paraná são cerca de duas mil salas de imunização com as doses extras de 14 vacinas.

Em Curitiba, 31 unidades de saúde ficam abertas neste sábado, das 8h às 17h. No interior do Estado, cerca de 400 unidades devem ficam abertas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

A Campanha Nacional de Multivacinação vai até o dia 30 de setembro.

Fonte: https://cbncuritiba.com/2016/09/23/dia-d-da-campanha-nacional-da-multivacinacao-acontece-neste-sabado-24/

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Câncer da Tireoide: Epidemia da Doença ou Epidemia de Diagnósticos?


Recentemente uma pesquisa publicada numas das mais conceituadas revistas sobre o assunto nos EUA, JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery, apontou que a incidência de câncer de tireoide praticamente triplicou desde 1975, saltando de 4,9 para 14,3  casos para cada 100.000 pessoas. Os dados foram obtidos da uma das instituições governamentais que recolhe dados sobre a incidência de câncer nos Estados Unidos (SEER).

A primeira vista o que se poderia concluir é que a doença vem aumentando na população, mas uma análise mais detalhada dos dados evidenciou que mesmo havendo mais casos de câncer de tireoide atualmente, a mortalidade pela doença continua a mesma, ou seja baixa. Este dado caminha em conjunto com os dados de necropsia que mostram que a doença da tireoide é comum, porém poucos casos de óbitos são atribuídos a ela.

O tipo de câncer mais encontrado foi o câncer papilífero de tireoide, um subtipo de baixa agressividade que tem taxas mortalidade muito baixa em 20-30 anos. Foi mais encontrado em mulheres, na proporção de 3 casos para cada caso achado em homens. Este dado vai em contrário aos dados de necropsia que mostram que a incidência em homens é semelhante ou maior que em mulheres. A conclusão da pesquisa é que tem havido um bum de diagnósticos basicamente pela realização de mais exames de imagem (ultrassonografia de tireoide) em check-ups dos pacientes, ao acaso mesmo sem a presença de sintomas relacionados a tireoide ou  na investigação de doenças como obesidade ou obstruções arteriais cervicais.

“A incidência de câncer de tireoide está em proporções epidêmicas, mas não parece uma epidemia da doença, parece mais com uma epidemia de diagnósticos” afirma o líder da pesquisa, Dr. H. Gilbert Welch.

A consequência deste aumento no diagnóstico, é um possível tratamento excessivo de casos que provavelmente não progrediriam a ponto de comprometer a saúde dos pacientes. O grande problema é que, como existe uma mínima parcela dos casos que pode evoluir negativamente e atualmente ainda não existe uma ferramenta que esclareça quem são esses casos, a grande maioria dos pacientes com o diagnóstico de nódulos de tireoide vão ser submetidos a procedimentos invasivos como a biopsia de tireoide e eventualmente serão encaminhados para a cirurgia.

O interessante é que nenhuma das principais de sociedades de endocrinologia, quer a Brasileira, Latino-Americana, Estadunidense ou Europeia recomendam o rastreamento de doenças malignas de tireoide na população em geral. Faz-se exceção as pessoas que tenham fatores de risco como: história familiar de câncer de tireoide ou radioterapia cervical para tratamento outros tipos de câncer.

Em cima deste dados Dr. Welch comenta que assim como alguns casos de câncer de próstata, outro tumor de crescimento lento, os pacientes com o diagnóstico incidental, durante check-ups, de câncer de tireoide poderiam ter a opção de seguí-los de perto o que poderia evitar tratamentos mais agressivos sem a comprovação de benefício para o paciente.

Referência:  Louise Davies, MD, MS; H. Gilbert Welch, MD, MPH:  Current Thyroid Cancer Trends in the United States.  JAMA Otolaryngol Head Neck Surg. Published online February 20, 2014. doi:10.1001/jamaoto.2014.1

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

10 Coisas que Você Precisa Saber Sobre Osteoporose


O osso, além de promover sustentação ao nosso organismo, é a fonte de cálcio, necessária para a execução de diversas funções como os batimentos cardíacos e a força muscular. É uma estrutura viva que está sendo sempre renovada. Essa remodelação acontece diariamente em todo o esqueleto, durante a vida inteira. A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição de massa óssea, com o desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, tornando-os mais sujeitos a fraturas.

Confira, então, as 10 coisas que você precisa saber sobre osteoporose:


1 - A osteoporose é uma doença silenciosa, isto é,  raramente apresenta sintomas antes que aconteça sua consequência mais grave, isto é, uma fratura óssea. O ideal é que sejam feitos exames preventivos, para que ela seja diagnosticada a tempo de se evitar as fraturas.

2 - Os nossos ossos recebem forte influência do estrogênio, um hormônio feminino, mas que também está presente nos homens, só que em menor quantidade. Esta hormônio ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea.  Por este motivo, as mulheres são as mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, os níveis de estrogênio caem bruscamente. Com esta queda, os ossos passam a se descalcificar e se tornam mais frágeis. De acordo com estatísticas, a osteoporose afeta um homem para  cada quatro mulheres.

3 - 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Uma a cada quatro mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. No Brasil, a cada ano ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose. 200 mil pessoas morrem todos os anos no país em decorrência destas fraturas. Mas, mesmo após uma fratura osteoporótica, o diagnóstico de osteoporose acaba não sendo feito e o paciente não é encaminhado para tratamento.

4 - Os locais mais comuns atingidos pela osteoporose são a espinha (vértebras), o bacia (fêmur), o punho (rádio) e braço (úmero). Destas, a fratura mais perigosa é a do colo do fêmur. Um quarto dos pacientes que sofrem esta fratura morrem dentro de 6 meses.

5 - Muita dor nas costas e diminuição de estatura podem representar fraturas vertebrais da osteoporose. Preste atenção!

6 - O diagnóstico precoce da osteoporose é feito pela medida da Densitometria Óssea. Possuem maior risco para desenvolver osteoporose as mulheres, indivíduos de raça branca, pessoas miúdas (magrinhas e pequenas), que tiveram menopausa precoce e não fizeram reposição hormonal, os fumantes, que possuem história de fraturas na família, que possuem doenças graves ou que utilizam corticoides por longo tempo,  e aquelas que ja tiveram fraturas na idade adulta.

7 - Uma medida de Densitometria Óssea esta indicada para todas as mulheres a partir de 65 anos e para todos homens com 70 anos ou mais. Além disto, todas mulheres menopausadas e todos homens com mais de 50 anos que possuam um dos fatores de risco descritos acima devem realizar o exame para confirmar a presença da osteoporose.

8 - A prevenção da osteoporose deve se iniciar na infância, através de uma alimentação saudável, com boa quantidade de alimentos ricos em cálcio (especialmente presente nos laticínios e, em menor quantidade, nas verduras escuras, no gergelim, no feijão branco e no tofu). Além disto, deve-se proporcionar para a criança e o adolescente a possibilidade de  brincadeiras e atividades ao ar livre. Isto nao somente vai estimular o exercício físico  que fortalece o esqueleto em crescimento, mas também possibilitar a exposição ao sol para que ocorra a produção Vitamina D na pele.

9 - A Vitamina D é fundamental para nossa saúde, em especial para o fortalecimento ósseo. Como ela não esta presente na maioria dos alimentos, temos que obtê-la através  da exposição ao sol ou, quando isto não for possível, através de suplementos vitamínicos.

10 - O risco de desenvolver a Osteoporose pode ser reduzido, se medidas como uma alimentação rica em cálcio, manutenção de uma atividade física e aporte adequado de Vitamina D foram proporcionados ao longo da vida. Entretanto, é importante salientar que, mesmo com todos estes cuidados, uma parte dos indivíduos vai ter osteoporose, pois a herança genética ainda não pode ser modificada. Mas a boa notícia é que existem tratamentos eficazes, caso você ja tenha a doença. Procure um endocrinologista, que poderá conduzir seu tratamento de maneira adequada e tranquila.

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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Regras de ouro que os pais devem seguir para evitar que os filhos engordem


Os pais são o principal modelo para a alimentação dos filhos. Essa influência não se limita só ao que a criança vai comer em casa, mas também define as suas escolhas em outros ambientes – cantina da escola, casa dos amigos… E na fase dos dez primeiros anos da criança esse papel é ainda mais decisivo.

Antes de tudo é importante considerar as preferências individuais e o paladar de cada criança. Não é obrigatório comer todas as frutas, legumes e vegetais, mesmo porque muitos desses ingredientes oferecem o mesmo tipo de nutrientes e vitaminas. O fundamental é variar a oferta e a apresentação do alimento para que ela possa provar e escolher. A refeição tem de ser um momento prazeroso e não estressante e de barganha.

Alimentar-se é um ato fisiológico, uma necessidade orgânica, que deve respeitar horários, volumes adequados para cada faixa etária e a qualidade de nutrientes suficientes para crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Esses fatores são muito importantes. No entanto, é necessário que os pais ensinem a criança a lidar com a comida. Comemos também de forma intuitiva, automatizada e ligada às emoções. Nutrição e sabor não consistem nas únicas razões pelas quais uma pessoa se alimenta. Come-se por tristeza, ansiedade, disponibilidade, cultura, hábito, bem como comemoração, compensação etc.

Além disso, os pais não devem oferecer alimentos como compensação por suas ausências e falhas. A alimentação não deve ser moeda de troca e nem prêmio, não deve ser usada à mesa para exemplificar mitos de beleza ou estética corporal, muito menos para assustar, caso haja obesidade.

A seguir, algumas regras práticas para serem adotadas em casa:

Horário para comer
Estabelecer horários fixos para as refeições e lanches, em vez de beliscar durante o dia.

A fome da tarde
O lanche da escola ou da tarde deve ser composto por alimentos que controlam a fome. A preocupação, portanto, não tem de ser apenas com as calorias. Alguns exemplos: iogurte com fruta, bolacha integral, pão integral com queijo e leite com cereais.

O rótulo
Evitar produtos em que o açúcar aparece em primeira ou segunda colocação. O que vem primeiro é o que está em maior quantidade. Dê preferência ao alimento cuja lista tem pouca quantidade de ingredientes – são mais naturais.

Café da manhã
É comprovado que crianças que pulam essa refeição têm maior risco de sobrepeso e tendem a escolher mal os alimentos durante o dia. O cardápio ideal deve conter produtos que forneçam proteína, fibras e gordura saudável. Exemplos: ovo mexido com pão integral ou pão com queijo e peito de peru, leite com cereal, e uma fruta.

Longe do computador
Não coma em frente a telas (computador, celulares, Ipads, TV e videogame). Estudos mostram que o hábito faz com que a criança (e o adulto) não prestem atenção no tipo e na quantidade de alimento que está consumindo, o que leva ao ganho de peso.

Mexa-se
A prática de exercícios físicos é fundamental. Caso seu filho relute em fazer esportes e frequentar academias, estimule atividades em que ele se mexa. Vale de caminhadas a ajudar em tarefas, como lavar o carro, limpar o quintal, andar com o cachorro.

Não insista
A criança tem um mecanismo de autorregulação da fome e saciedade bastante eficiente, não viciado. É ela, portanto, que tem que decidir o quanto comer. Se os pais insistem com a criança para comer, ela aprende a manipular esse mecanismo e com o tempo pode perder parte da percepção de fome e saciedade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A importância da Vitamina D para combate a Diabetes Mellitus


O interesse por vitaminas para a prevenção de doenças não é novo. Na década de 1980, as vitaminas A e E ganhavam os holofotes.

Estudos epidemiológicos sugeriram que estas vitaminas antioxidantes pudessem prevenir câncer e doenças cardiovasculares. Foi motivo de muita euforia e expectativa. Descobria-se um tratamento natural e barato para prevenir doenças prevalentes e graves. No entanto, em ciência, toda hipótese, por mais sensata que possa parecer, precisa ser devidamente testada. Foram desenhados grandes estudos nos quais se fornecia vitaminas para pacientes em risco de câncer ou de doenças cardiovasculares de maneira aleatória e controlada por placebo (ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo). No início da década de 1990, os resultados destes estudos começaram a ser publicados em importantes revistas médicas. Para decepção geral, a suplementação com vitamina A aumentou o risco de câncer de pulmão e teve efeito neutro na mortalidade cardiovascular. A vitamina E não ajudou a prevenir doenças cardíacas e vasculares e aumentou o risco de câncer de próstata e de morte. A história da ciência traz lições importantes...

Hoje é a vitamina D que está na moda! Esta vitamina participa na regulação do metabolismo do cálcio, garantindo saúde óssea e ajudando a prevenir fraturas. Além disso, a vitamina D parece desempenhar outras funções biológicas. Diferentes estudos associam sua deficiência a diversos problemas de saúde. Câncer, doenças autoimunes (como esclerose múltipla e artrite reumatoide), doenças infecciosas (como tuberculose e viroses), doenças neurológicas, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares já foram associadas à deficiência de vitamina D. E os diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 não ficaram de fora!

Estudos observacionais e de caso-controle sugerem que a deficiência de vitamina D possa estar associada ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 1 em crianças. Alguns estudos pequenos e não controlados também sugerem que uma suplementação na infância possa ajudar a prevenir a doença. No entanto, até o momento, não existem estudos robustos confirmando estes achados preliminares.

Pacientes obesos e com diabetes mellitus tipo 2 frequentemente apresentam deficiência de vitamina D, mas o excesso de peso parece ser o culpado pela deficiência da vitamina e não o inverso. Uma revisão sistemática de 21 estudos evidenciou que quanto menores os níveis de vitamina D no sangue, maior o risco de diabetes mellitus tipo 2. Outros estudos também sugerem associação da deficiência com mais gordura abdominal e síndrome metabólica. E uma única substância natural e barata desponta como um promissor tratamento para diversos males! Conhecemos uma história parecida, não? E a ciência parte para testar a hipótese de que a suplementação de uma vitamina possa ser útil na prevenção de doenças prevalentes e graves mais uma vez...

Uma revisão sistemática dos estudos que procuraram testar se a suplementação de vitamina D poderia ajudar a diminuir o risco cardiovascular encontrou 18 ensaios clínicos que avaliaram este tipo de tratamento. Para grande decepção, a vitamina D não ajudou a prevenir diabetes nem doenças cardiovasculares. Apresentou apenas um efeito muito discreto na pressão arterial sistólica: reduziu em média 1,9 mmHg. Isto quer dizer que num paciente com pressão de 140/90 mmHg, o efeito médio foi redução para 138,1/90 mmHg. Quase nada!

Mas isso quer dizer que a vitamina D não é importante para quem é diabético ou apresenta risco para esta doença? Não! Isto quer dizer que até o momento a suplementação de vitamina D não se mostrou eficaz para prevenir ou tratar o diabetes mellitus, logo, não pode ser recomendada com estas finalidades. Se doses mais elevadas, maior tempo de uso, maior exposição ao sol podem fazer diferença, ainda não sabemos. Estudos precisam ser feitos para avaliar estas hipóteses.

Assumir que um tratamento, por mais inofensivo que possa parecer, é eficaz, além de gerar custos desnecessários, pode expor pessoas a riscos ainda desconhecidos. Basta lembrar dos pacientes que foram tratados com suplementação de vitaminas A e E e que tiveram mais câncer por causa disso...

Fontes
1- Ciência Picareta - Ben Goldacre - Ed. Civilização Brasileira
2- Vitamin D and extraskeletal health - Up To Date On Line
3- Song Y, Wang L, Pittas AG, Del Gobbo LC, Zhang C, Manson JE, Hu FB. Blood 25-hydroxy vitamin D levels and incident type 2 diabetes: a meta-analysis of prospective studies. Diabetes Care. 2013;36(5):1422.
4- Pittas AG, Chung M, Trikalinos T, Mitri J, Brendel M, Patel K, Lichtenstein AH, Lau J, Balk EM. Systematic review: Vitamin D and cardiometabolic outcomes. Ann Intern Med. 2010;152(5):307.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cuidado: Alerta sobre Falsas promessas para a Cura da Diabetes


A Sociedade Brasileira de Diabetes vem sendo insistentemente acionada por um número crescente de questionamentos sobre FALSAS promessas de cura do diabetes, divulgadas por meio de diversas mídias e contrariando determinação expressa do Código de Ética Médica, que proíbe a prática de consultas e prescrições terapêuticas sem a devida avaliação clínica por parte do médico e equipe responsável.

No dia 24 de julho, o programa Domingo Espetacular da TV Record, divulgou uma matéria questionável sobre a suposta cura do diabetes, sendo essa abordada de forma imprudente. A Sociedade Brasileira de Diabetes desaprova tal conteúdo e alerta sobre os perigos das recomendações expostas nessa reportagem.

Esclarecemos que, quando o paciente é bem orientado por profissionais sérios e éticos, o diabetes pode sim ser controlado com medidas eficazes de educação em diabetes, alimentação saudável, prática de exercícios e tratamento farmacológico. Por outro lado, promessas de curas milagrosas e não fundamentadas, através da exploração inescrupulosa de pessoas menos informadas, constituem-se em risco considerável para a saúde pública, principalmente quando o agente infrator chega a recomendar a redução e/ou suspensão do tratamento farmacológico prescrito, sem nem mesmo conhecer as peculiaridades clínicas de cada paciente.

A Sociedade Brasileira de Diabetes já tomou as providências éticas cabíveis junto ao Conselho Regional de Medicina do Ceará, região de inscrição do médico citado na matéria, e está aguardando medidas urgentes para o devido encaminhamento ético e legal deste assunto.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

10 Coisas que Você Precisa Saber Sobre Dislipidemia


A dislipidemia é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue. Colesterol e triglicérides estão incluídos nessas gorduras, que são importantes para que o corpo funcione. No entanto, quando em excesso, colocam as pessoas em alto risco de infarto e derrame.



Confira, abaixo, as 10 coisas que você precisa saber sobre dislipidemia:

1. Nos dias atuais – onde predominam o sedentarismo; alimentação rica e abundante em gordura e açúcar livre; a obesidade; o estresse; e o tabagismo – os estudos têm mostrado que as placas de gordura nas artérias (circulação) começam muito cedo. A estimativa é a de que, aos 20 anos, cerca de 20% das pessoas estarão afetadas de alguma forma. Assim, os eventos finais deste processo, infarto e derrame, são as maiores causas de mortalidade.

2. O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativamente, em pessoas com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares da normalidade. Para colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco.

3. Níveis de colesterol HDL maiores do que 60 mg/dL caracterizam um fator protetor. Já os níveis de triglicérides maiores do que 150 mg/dL elevam o risco de doença aterosclerótica coronariana.

4. Algumas formas de dislipidemia também podem predispor à pancreatite aguda.

5. Existem as dislipidemias primárias e as secundárias. As primárias são de causa genética.

6. As secundárias podem ser provenientes de outros quadros patológicos, como o diabetes, por exemplo, e também podem ser originadas por medicamentos – diuréticos, betabloqueadores e corticosteróides – tomados devido a problemas como o hipertiroidismo e a insuficiência renal crônica ou ainda em situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes.

7. O diagnóstico da dislipidemia é feito, laboratorialmente, medindo-se os níveis plasmáticos de colesterol total, LDL, HDL e triglicérides.

8. A obesidade tem influência significativa no metabolismo lipídico e deve ser encarada como importante fator na sua interpretação e tratamento.

9. Pessoas com diabetes tipo 2 têm maior prevalência de alterações do metabolismo dos lipídios. Assim, o tratamento da dislipidemia nesses pacientes pode reduzir a incidência de eventos coronários fatais, entre outras manifetações de morbimortalidade cardiovascular.

10. Uma dieta hipocalórica, pobre em ácidos graxos saturados e colesterol, é fundamental para o tratamento da dislipidemia. A atividade física moderada, realizada durante 30 minutos, pelo menos quatro vezes por semana, auxilia na perda de peso e na redução dos níveis de colesterol e triglicérides. Mesmo assim, ainda pode ser necessária a administração de medicamentos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Tireoide


Com forma bem parecida com a de uma borboleta, a glândula tireoide é localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão. Reguladora da função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina).

Quando a tireoide não funciona de maneira correta, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo,  ou em excesso, ocasionando o hipertireoidismo. Nessas duas situações, o volume da glândula pode aumentar, o que é conhecido como bócio.

Confira, abaixo, as 10 coisas que você precisa saber sobre Tireoide.

1 – A tireoide atua no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, no peso, na memória, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, na concentração, no humor e no controle emocional.

2 – Quando ocorre o hipotireoidismo, o coração bate mais devagar, o intestino não funciona corretamente e o crescimento pode ficar comprometido.

3 – Diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, aumento dos níveis de colesterol no sangue e depressão também são sintomas de hipotireoidismo.

4 – No caso de hipertireoidismo, que geralmente causa emagrecimento, o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sente-se com muita energia, embora também esteja cansada.

5 – Em um adulto, a tireoide pode chegar a até 25 gramas.

6 – Disfunções na tireoide podem acontecer em qualquer etapa da vida e são de simples de se diagnosticar. Além disso, elas podem ocorrer mesmo sem o bócio.

7 – O reconhecimento de um nódulo na tireoide pode salvar uma vida. Por isso, a palpação da glândula é de fundamental importância. Se identificado o nódulo, o endocrinologista deve solicitar uma série de exames complementares para confirmar ou descartar a presença de câncer.

8 – Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas isso não significa que sejam malignos. Apenas 5% são cancerosos.

9 – Além de se parecer com uma borboleta, a tireoide também lembra o formato de um escudo. Daí o surgimento de seu nome: uma aglutinação dos termos thyreós (escudo) e oidés (forma de).

10 – Algumas crianças podem nascer com hipotireoidismo. Para detectá-lo, é realizado o chamado Teste do Pezinho, que deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê.
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